domingo, 27 de março de 2016

Especialistas alertam para o risco de extinção de animais polinizadores

A preservação de espécies de animais polinizadores é importante não apenas para a biodiversidade do planeta, mas para garantir a oferta de alimentos para a população. Mais de três quartos das principais lavouras de alimentos no mundo dependem, em algum grau, dos serviços de polinização animal, seja para garantir o volume ou a qualidade da produção e cerca de 90% das plantas  também dependem dessas espécies.
Essas informações e os problemas que cercam os polinizadores foram estudadas pelos especialistas da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), criada no âmbito das Nações Unidas. O grupo divulgou um estudo alertando que um número crescente de espécies de animais polinizadores está ameaçado de extinção em todo o mundo.
O relatório “Polinização, polinizadores e produção de alimentos”, divulgado durante sessão plenária da IPBES, no último dia 26 de fevereiro, em Kuala Lumpur, na Malásia, aponta que fatores como a mudança no uso da terra, a agricultura intensiva, o uso indiscriminado de pesticidas e alterações climáticas estão colocando em risco a biodiversidade dos polinizadores e, em consequência, a produção de alimentos, o equilíbrio dos ecossistemas, a saúde e bem-estar das pessoas e a economia global.
Os polinizadores mais conhecidos são as abelhas, mas há também outras espécies, como moscas, borboletas, besouros, pássaros, morcegos e alguns vertebrados, como lagartos e pequenos mamíferos.
Insuficiência de dados
Especialistas alertam para o risco de extinção de animais polinizadores no mundo
Além de borboletas e abelhas, outras espécies como moscas,besouros, pássaros, morcegos e alguns vertebrados também são polinizadoresTânia Rêgo/Agência Brasil
A professora sênior do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Vera Fonseca, uma das coordenadoras do relatório, explica que, apesar de não haver uma avaliação em nível global, por insuficiência de dados, os estudos disponíveis mostram que 16,5% dos polinizadores são ameaçados com algum nível de extinção, e cerca de 30% deles estão em ilhas.
“No Brasil, temos cinco espécies de abelhas que são consideradas ameaçadas em nível nacional. Temos também listas regionais como no Rio Grande do Sul, por exemplo, e temos vários lugares onde não há absolutamente dado algum sobre monitoramento e avaliação de polinizadores. Nós temos muitas falhas no conhecimento nesse caso”, disse Vera, explicando que é preciso estudar melhor essas populações para fazer políticas específicas de tirar essas abelhas da lista vermelha de extinção.
O incentivo às coleções biológicas, o trabalho de museus e a formação de taxonomistas é importante, segundo a professora, para montar uma base de dados de estudo, avaliação e proposição de políticas públicas e ações futuras.
“Nem sabemos direito quais são os polinizadores silvestres de cada cultura, então cada vez que se tem um uso inadequado de pesticidas, por exemplo, isso prejudica também a fauna local. Isso precisa ser estudado e avaliado para unirmos não só o controle de pragas, que a agricultura precisa, mas também as boas práticas de uso e conservação de polinizadores e medidas de mitigação se necessário”, explicou a professora.
Aumento da produtividade agrícola
Vera diz que entre as espécies cultivadas no Brasil que dependem ou são beneficiadas pela polinização animal estão o açaí, maracujá, abacate, tomate, mamão, dendê, a maçã, manga, acerola, e muitas outras frutas, além da castanha-do-pará, do cacau e do café. Soja, algodão e canola também produzem mais quando suas lavouras são visitadas por polinizadores.
“Muitas vezes esses vários polinizadores vêm de uma área preservada perto de uma cultura agrícola. Temos muitos polinizadores importantes para serem usados na agricultura e eles têm um valor grande para a nossa produção”, disse, contando que a riqueza gerada com auxílio dos polinizadores no Brasil foi estimada em torno de US$ 12 bilhões.
Plantação de soja
Soja, algodão e canola produzem mais quando suas lavouras são visitadas por polinizadoresValter Campanato/Agência Brasil
O desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável é uma das medidas necessárias para reverter esse quadro, com a diversificação das paisagens agrícolas e a redução do uso de pesticidas. É possível ainda manejar espécies de abelhas próximo às lavouras, para aumentar a diversidade e a combinação com espécies silvestres. “No Brasil temos cerca de 1,8 mil espécies de abelha, além das outras espécies de polinizadores manejáveis”, disse Vera.
A professora explicou ainda que, à medida que a população vai crescendo e necessitando de mais alimentos, a expansão agrícola vai colocando a conservação sob pressão. “Uma produção maior em menor área é tudo que os conservacionistas também querem. E nossa grande ferramenta para isso é o uso dos polinizadores”, explicou.
O relatório sobre os polinizadores é o primeiro de uma série de diagnósticos sobre a situação da biodiversidade no planeta, previstos para serem divulgados pelo IPBES até 2019. O grupo de especialistas divulgou ainda um sumário direcionado aos formuladores de políticas públicas, a ser enviado aos países.
“Nesse sumário estão estratégias que poderiam ser usadas para políticas de conservação, informações sobre como promover as condições para a vida dos polinizadores, como transformar as paisagens agrícolas e como fazer a aproximação entre a sociedade, a natureza e os polinizadores”, disse a professora.

sábado, 26 de março de 2016

Pai tenta autorização na justiça para registrar filha com nome africano



No dia 16 de março, nasceu Makeda Foluke, filha de Cizinho Afreeka e Jéssica Juliana de Paula. Mas, até hoje, os pais não conseguiram registrá-la e ela está sem certidão de nascimento. A tentativa foi feita no Cartório do 2º Distrito São João de Meriti, no Rio de Janeiro, que teria se recusado a emitir o documento com o nome de origem africana escolhido pelos pais. O pai de Makeda disse que precisou fazer uma petição justificando a escolha para tentar conseguir a autorização do registro pela justiça. Ele também divulgou o texto no Facebook. “Sonho com um dia que volte a ser normal e natural a um homem preto, a uma mulher negra dar aos filhos nomes que sejam próprios e apropriados, que não seja necessário passar pelo que estou passando, uma situação que afeta a saúde”, escreveu em um trecho. Cizinho nos contou que a alegação do cartório é que esse é o procedimento adotado para nomes que possam futuramente causar vexame para a criança. Nas redes sociais, internautas não concordaram com a medida do cartório e estão dando apoio ao casal. Makeda é um nome de uma rainha africana etíope, mais conhecida como rainha de Sabá, e significa grandiosa. Foluke é yoruba, que significa “colocada aos cuidados de Deus”. De acordo com ele, o tabelião (funcionário administrativo) não comparece ao local de trabalho desde sexta-feira. Hoje, o pai ligou no cartório e foi informado que novamente o tabelião não estava presente, assim como a tabeliã substituta. Por isso, a petição ainda não foi encaminhada à juíza e, por enquanto, o caso permanece sem resolução. Se mesmo depois de receber o documento a justiça não liberar o registro, os pais vão recorrer da decisão. “Não tem jeito de ela ser chamada por outro nome, todo mundo já chama assim bem antes de nascer”, afirma Cizinho. Entramos em contato com o Cartório do 2º Distrito São João de Meriti e um funcionário informou que o oficial do cartório, que é o único que poderia falar com a imprensa, precisou viajar e retorna amanhã. Não há ninguém que possa confirmar o ocorrido. (Pais e filhos)

sexta-feira, 25 de março de 2016

ONU Mulheres condena violência sexista praticada contra Dilma


A ONU Mulheres Brasil divulgou hoje (24) uma nota na qual condena a violência de ordem sexista que vem sendo praticada contra a presidenta Dilma Rousseff. "Nenhuma discordância política ou protesto pode abrir margem e/ou justificar a banalização da violência de gênero", diz o comunicado, assinado pela representante da entidade, Nadine Gasman. Dilma é a primeira mulher a assumir a Presidência do Brasil. Por questões políticas, têm sido vítima de xingamentos sexistas, de depreciação da figura da mulher e outras violências que a atacam enquanto mulher. Mensagens com esses tipos xingamentos, algumas bastante agressivas, ofensivas e com palavras de baixo calão, são vistas em cartazes e ouvidas durante protestos contra a petista. A nota diz que a ONU Mulheres observa "com preocupação o contexto político brasileiro e apela publicamente à salvaguarda do Estado Democrático e de Direito" e destaca ainda que, nos últimos 30 anos, a democracia e a estabilidade política no Brasil tornaram reais direitos humanos, individuais e coletivos. "São, sobretudo, base para políticas públicas – entre elas as de eliminação das desigualdades de gênero e raça – determinantes para a construção de uma sociedade inclusiva e equitativa", diz. Leia a nota na íntegra: "A ONU Mulheres observa com preocupação o contexto político brasileiro e apela publicamente à salvaguarda do Estado Democrático e de Direito. Aos poderes da República, a ONU Mulheres conclama a preservação da legalidade, como condição máxima das garantias estabelecidas na Constituição Federal de 1988 e nos tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário. À sociedade brasileira, a ONU Mulheres pede serenidade nas manifestações e não-violência frente aos debates públicos necessários para a condução democrática dos rumos políticos do país. O debate saudável entre opiniões divergentes deve ser parte intrínseca da prática cidadã em uma democracia. Nos últimos 30 anos, a democracia e a estabilidade política no Brasil tornaram reais direitos humanos, individuais e coletivos. São, sobretudo, base para políticas públicas – entre elas as de eliminação das desigualdades de gênero e raça – determinantes para a construção de uma sociedade inclusiva e equitativa. Como defensora dos direitos de mulheres e meninas no mundo, a ONU Mulheres condena todas as formas de violência contra as mulheres, inclusive a violência política de ordem sexista contra a Presidenta da República, Dilma Rousseff. Nenhuma discordância política ou protesto pode abrir margem e/ou justificar a banalização da violência de gênero – prática patriarcal e misógina que invalida a dignidade humana. Que o legado da democracia brasileira, considerado referência no mundo e especialmente na América Latina e Caribe, seja guia para as soluções da crise política. Nadine Gasman Representante da ONU Mulheres Brasil"

 (EBC)

quarta-feira, 16 de março de 2016

Movimentos sociais farão atos contra impeachment no dia 18


Movimentos sociais e sindicais planejam realizar atos em defesa da democracia e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff na próxima sexta-feira, 18, em pelo menos 43 cidades de todos os 26 Estados brasileiros e no Distrito Federal. A maior manifestação deve ocorrer em São Paulo, onde são esperados de 120 mil a 200 mil participantes, de acordo com os organizadores. A Frente Brasil Popular, formada por cerca de 60 entidades, a Povo Sem Medo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) estão entre os organizadores dos eventos em todo o País.
De acordo com o presidente estadual da CUT/SP, Douglas Izzo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença no evento da capital paulista, mas a participação da presidente Dilma não está acertada. A assessoria do Instituto Lula não garante que ele irá ao ato.
Ainda segundo o sindicalista, a intenção dos organizadores é levar à Avenida Paulista pelo menos a mesma quantidade de manifestantes do ato de dezembro do ano passado. "Então, no mínimo, são 120 mil pessoas, mas esperamos que até 200 mil podem ir", estimou. Os manifestantes defenderão, segundo ele, valores democráticos, políticas sociais e direitos trabalhistas e serão contrários ao impeachment de Dilma.
Questionado se haverá protestos contra a política econômica do governo federal, Izzo afirmou que a posição dos movimentos sociais é "clara e pública". "Propomos mudanças para superar o estado de paralisia da economia e que gerem desenvolvimento, emprego e renda, em especial focado no fortalecimento do mercado interno e do crédito como saída para o atual momento de dificuldade da economia", afirmou.
O ato em São Paulo está previsto para começar às 16h com apresentações culturais. Discursos políticos serão feitos a partir das 18h, segundo os organizadores.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Como remover espinhas das costas



Cravos e espinhas nas costas são tão indesejáveis quanto comuns e, como em um passe de mágica aparecem de repente, principalmente na região próxima aos ombros. Além de causar desconforto estético, quando usamos uma blusa mais aberta, por exemplo, os cravos e espinhas podem inflamar e provocar dor. Mas, tem jeito de cuidar e, acredite, prevenir. A solução pode estar na forma que você toma banho e lava seus cabelos, de acordo com dermatologista.
CAUSAS: Quem tem pele oleosa pode apresentar maior propensão a desenvolver cravos e espinhas nas costas, como acontece na acne facial. Este quadro pode se agravar em períodos de alteração hormonal, como na entrada da puberdade, e se houver predisposição genética. Roupas sintéticas também abafam a região e podem piorar a situação das costas. “O ideal é usar roupas feitas de 100% algodão ou malha fininha”, destaca a dermatologista Aline Vieira. As mulheres de cabelos compridos também devem ficar em alerta para a incidência de erupções cutâneas. “Se o cabelo for oleoso e comprido, o óleo dos fios pode descer para as costas. Também pode haver um aumento de gordura na pele das costas quando se passa produtos como condicionador e leave-in e não os tira completamente”. 
COMO EVITAR: Durante o banho A dificuldade de acessar a área das costas para a limpeza durante o banho pode ser um motivo do surgimento das espinhas. Com isso, os produtos que passamos nos cabelos podem ficar “grudados” na pele, condição ideal para as espinhas aparecerem. “Para evitar isso, a dica é tirar todo o produto, prender o cabelo com um acessório, como uma piranha e, na sequência, passar um sabonete normal e um composto de enxofre ou ácido salicílico”, orienta a especialista. Os dois componentes podem ser encontrados em sabonetes com ação anti-inflamatória e de antioleosidade, vendidos em farmácia. “Depois é importante enxugar a região com toalha. Se for passar um produto nos cabelos depois, faça já vestida para ele não entrar em contato com a pele diretamente”. A dermatologista recomenda não passar nenhum creme hidratante na região, a não ser que seja uma loção antiacne. Esfregar com bucha vegetal, entretanto, é indicado para esfoliar a pele e remover as células mortas. “Mas, não pode ser feito todos os dias, no máximo, 2 vezes por semana”. Do B.de Mulher.  GOSTOU DESTAS DICAS: VISITE O SERTÃO BAHIA QUE TEM MAIS,  CLIQUE AQUI